O título escolhido para esse livro é por si só, sugestivo, provocativo e abarca toda a robustez desta grande obra. Assim como em outras obras suas; O Homem no Universo, A Unidade Transcendente das Religiões, Forma e Substância nas Religiões, nesta Frithjof Schuon considerado por muitos como o mais abrangente e arquitetônico metafísico do século XX, desdobra de uma outra forma as dimensões profundas do seu conhecimento, a autêntica sabedoria das verdades universais, cujos conteúdos provêm de fontes reveladas ou de sábios de diversas civilizações.
Partindo do conceito de Integral do latim Integrare, formado pelo prefixo In de “não” e o sufixo Tangere de “tocar”, intocado, inteiro, completo; o que possibilita enxergar a vida através da totalidade, sem restrições, possível somente aos grandes sábios e santos como Plotino, Mestre Eckhart, Sri Aurobindo e muito enfatizado atualmente por Ken Wilber, Schuon com seu discernimento implacável, sua nobreza infinita e cortesia e clareza nos diz: “Ser normal é ser homogêneo, e ser homogêneo é ter um centro. O homem normal é aquele cujas tendências são, se não totalmente unívocas, ao menos concordantes – isto é, suficientemente concordantes para servir como veículo para aquele centro decisivo que podemos chamar de senso do Absoluto ou amor a Deus. A tendência para o Absoluto, para o qual somos feitos, é difícil de se realizar numa alma heteróclita – uma alma carente de centro, precisamente, e por este fato contrária à sua razão de ser. Uma alma assim é a priori uma “casa dividida contra si mesma”, destinada, portanto, à ruína, escatologicamente falando”.
A falta de um referencial interior, aliado a modernidade e um “humanismo” focada em um individualismo narcísico; ele continua: “no lugar do culto do santo e do herói, temos o culto do “gênio”. Ora, um gênio é frequentemente um homem sem centro, em quem esta carência é substituída por uma hipertrofia criativa”.
Além disso, nos traz baliza com a sua Antropologia Integral, explora as diferenças entre Inteligência e Caráter, amplia o olhar sobre a Intelecção e a Gnose, explora os graus e dimensões do teísmo, indica o fio invisível e comum ao Rei Davi, ao mestre Shânkara e o sábio Hônen, nos presenteia com uma explanação sobre a arte de traduzir e a profundidade espiritual da arte indumentária dos povos nativos norte-americanos.
Infelizmente com a morte de Frithjof Schuon, fomos privados, em seu crepúsculo, de sua inteligência mais penetrante e inspirada, cuja lucidez confrontava nosso tempo, obcecada como é por novidades banais, com a verdade permanente e beleza da Sophia Perennis (Filosofia Perene). Através de seus escritos, ele nos ensinou, seus leitores, a como pensar com objetividade, como ver as causas das coisas em seus efeitos remotos e como prever os efeitos remotos das causas presentes.
Felizmente a sua obra é atemporal e agora está disponível em português, como ele mesmo dizia: “A verdade metafísica não diz respeito apenas ao nosso pensamento, mas penetra também todo o nosso ser; portanto, ela está muito acima da filosofia no sentido comum do termo”.
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Peso | 0,325 kg |
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Dimensões | 14 × 21 × 1,8 cm |
AUTOR | Frithjof Schuon |
TRADUÇÃO | Mateus Soares de Azevedo |
ISBN-10 | 8586775320 |
ISBN-13 | 978858677532-1 |
EDIÇÃO | 1ª edição, 2018 |
PÁGINAS | 224 |
IDIOMA | Português, BR |
ENCADERNAÇÃO | Brochura |
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