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Esta Caixa Temática de Proclo contém os 4 volumes da Teologia de Platão
Depois do sucesso da obra Tratados das Enéadas do grande Plotino (204-270 d.C.), a Polar Editora traz a honrosa obra Sobre a Teologia de Platão, Volume I, do outro grande filósofo neoplatônico Proclo (412–485 d.C.), reconhecido por ser o terceiro reitor (escolarca) da Escola Neoplatônica de Atenas (século IV) e considerado um dos mais fiéis retransmissores dos ensinamentos platônicos.
Tamanho foi o seu legado que suas obras influenciaram diretamente toda a mística e filosofia cristã, a muçulmana e também a judaica, além de ser uma das maiores referências dos grandes autores do Renascimento italiano.
Nesta obra, Proclo traz um estudo da teologia no sentido que Platão a entende, ou seja: como um discurso sobre Deus e sobre os deuses; onde ele vai chama-la de iniciação aos mistérios divinos ou mistagogia. Para isso, faz uso das inspirações divinas de Platão contidas nos Diálogos: Parmênides, Leis, República, Fedro e Fédon.
É sabido que o Parmênides contém questões referentes à tese das formas inteligíveis, à ontologia e o Um (o Uno); as Leis contêm importantes referências sobre a gnose; a República tem o conceito de alma de e na formação das classes sociais; o Fedro possui informações importantes sobre a metempsicose, o eros, a philia e a filosofia sobre o verdadeiro cultivo da alma; e o Fédon tem como temática central a imortalidade da alma.
São 29 capítulos divididos da seguinte forma: Prefácio (I), Método de ensino e preparação dos ouvintes (II), O que é Teologia? (III), O método de exposição teológica defendido por Platão (IV), Diálogos que tratam da Teologia (V), Objeção prejudicial (VI), Resposta a essa objeção (VII), As duas exegeses do Parmênides (VIII): Primeira exegese: O Parmênides é um exercício de Lógica (IX), Segunda exegese: O Parmênides é o Tratado de Teologia (X), Interpretação da segunda hipótese segundo Siriano (XI), Interpretação geral do Parmênides (XII), Atributos divinos extraídos de As Leis (XIII), A existência dos deuses (XIV), a providência dos deuses (XV), A inflexibilidade da providência divina (XVI), Atributos divinos extraídos de A República (XVII), Os deuses são causas de todo Bem e de nenhum Mal (XVIII), A imutabilidade dos deuses (XIX), A simplicidade dos deuses (XX), A Verdade dos deuses (XXI), A Bondade dos deuses (XXII), Atributos divinos extraídos do Fredo: A Ciência dos deuses (XXIII), A Beleza dos deuses (XXIV), Atributos divinos que respondem aos três precedentes: Fé, Verdade, Amor (XXV), Atributos divinos extraídos do Fédon: Divino, imortal, inteligível (XXVI), Unitário, indissolúvel, semelhante a si mesmo (XXVII), A existência não-engendrada dos deuses (XXVIII) e Os nomes divinos (XXIX).
O autor separa a obra em duas grandes partes: a Primeira Parte (do Capítulo II ao XI): Prolegômenos, que contém noções básicas para uma maior compressão da obra; e a Segunda (do Capítulo XII ao XXIX): Tratado dos atributos divinos, onde ele faz a exegese de cada Diálogo de forma separada.
Após a leitura desta obra e consolidando a tríade dos neoplatônicos, aconselhamos a leitura da obra Sobre os Primeiros Princípios escrito por Damáscio, discípulo e sucessor de Proclo, onde este faz uma reflexão sobre a natureza da Realidade absoluta.
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Proclo, em seu prefácio, explica o plano da obra e diz que a dividirá em três partes. A primeira apresentará um apanhado de todas as noções de Platão a respeito dos deuses e Proclo examinará o significado e o valor delas para cada grau da hierarquia divina. A segunda enumerará todos os graus da hierarquia divina, definirá seus atributos e processos e os relacionará com os princípios fundamentais estabelecidos pelos teólogos, o seja: Orfeu, Juliano o Teurgo, Hesíodo e
Homero. A terceira parte tratará dos deuses hipercósmicos (que estão além do cosmo) e encósmicos (que estão no interior do cosmo), que aparecem de maneira dispersa na obra de Platão, e Proclo os relacionará com as classes universais da hierarquia divina.
O grande filósofo neoplatônico Proclo (Constantinopla, 8 de fevereiro de 412 – Atenas, 17 de abril de 485) foi o terceiro reitor (escolarca) da Escola Neoplatônica de Atenas, fundada por Plutarco de Atenas (350-432) no final do século IV com a intenção de ser uma continuidade da Academia criada por Platão em 387 a. C. e fechada pelo general romano Sula em 86 a. C. A Escola Neoplatônica de Atenas, apesar dos mais de quatro séculos que a separavam da Escola criada por Platão, considerava-se de tal modo uma retransmissora fiel dos ensinamentos de Platão que os seus reitores eram chamados de “diádocos”, ou seja, sucessores de Platão. Por isso, Proclo, assim como seu antecessor na direção da Escola, Siriano, era chamado de Sucessor de Platão, título que foi atribuído pela última vez a Damáscio, derradeiro reitor da Escola, fechada pelo imperador bizantino Justiniano em 529.
A obra cujo Segundo Volume o leitor tem em mãos trata, como o título indica, da teologia no sentido que Platão a entende, ou seja: como um discurso sobre Deus e sobre os deuses. E Proclo muitas vezes chama a teologia, nesse sentido, de iniciação aos mistérios divinos ou mistagogia.
A presente edição partiu da tradução para o francês desta obra de Proclo e foi realizada por Maria das Mercês Rocha Leite. Em breve, publicaremos Os elementos de teologia de Proclo e A vida de Proclo (escrita por seus discípulo Marino) em tradução a partir do original grego realizada por Pedro Barbieri. Com isso, a Polar contribuirá para preencher mais uma lacuna dramática na cultura brasileira: a inexistência, até o presente momento, de obras do grande Proclo em língua portuguesa.
Maria das Mercês Rocha Leite é graduada em Letras-Francês e Letras-Alemão (UNESP-Araraquara) e pós-graduada em Comunicação e Semiótica (PUC-SP, onde se aperfeiçoou em tradução criativa com Haroldo de Campos e Décio Pignatari). Especializou-se em Língua, Literatura e Civilização Francesa na Université Aix-Marseille (França). Participou de várias publicações da Polar, como O Tratado das Enéadas (Plotino), A Arte Sagrada de Shakespeare (Martin Lings), Os Três Princípios da Essência Divina, As 40 questões sobre a Alma, A vida tripla do ser humano (de Jacob Boehme), Perceval ou o Romance do Graal (Chrétien de Troyes), Corpus Hermeticum (Hermes Trismegisto) dentre outras.
Proclo, em seu prefácio, explica o plano da obra e diz que a dividirá em três partes. A primeira apresen – tará um apanhado de todas as noções de Platão a respeito dos deuses e Proclo exa – minará o significado e o valor delas para cada grau da hierarquia divina. A segunda enumerará todos os graus da hierarquia divina, definirá seus atributos e processos e os relacionará com os princípios funda – mentais estabelecidos pelos teólogos, ou seja: Orfeu, Juliano o Teurgo, Hesíodo e Homero. A terceira parte tratará dos deuses hipercósmicos (que estão além do cosmo) e encósmicos (que estão no interior do cos – mo), que aparecem de maneira dispersa na obra de Platão, e Proclo os relacionará com as classes universais da hierarquia divina.
O grande filósofo neoplatônico Proclo (Constantinopla, 8 de fevereiro de 412 – Atenas, 17 de abril de 485) foi o terceiro reitor (escolarca) da Escola Neoplatônica de Atenas, fundada por Plutarco de Atenas (350-432) no final do século IV com a intenção de ser uma continuidade da Academia criada por Platão em 387 a. C. e fechada pelo general romano Sula em 86 a. C. A Escola Neoplatônica de Atenas, apesar dos mais de quatro séculos que a separavam da Escola criada por Platão, considerava-se de tal modo uma retransmissora fiel dos ensinamentos de Platão que os seus reitores eram chamados de “diádocos”, ou seja, sucessores de Platão. Por isso, Proclo, assim como seu antecessor na direção da Escola, Siriano, era chamado de Sucessor de Platão, título que foi atribuído pela última vez a Damáscio, derradeiro reitor da Escola, fechada pelo imperador bizantino Justiniano em 529. A obra cujo Terceiro Volume o leitor tem em mãos trata, como o título indica, da teologia no sentido que Platão a entende, ou seja: como um discurso sobre Deus e sobre os deuses. E Proclo muitas vezes chama a teologia, nesse sentido, de iniciação aos mistérios divinos ou mistagogia.
A presente edição partiu da tradução para o francês desta obra de Proclo e foi realizada por Maria das Mercês Rocha Leite. Em breve, publicaremos Os elementos de teologia de Proclo e A vida de Proclo (escrita por seus discípulo Marino) em tradução a partir do original grego rea – lizada por Pedro Barbieri. Com isso, a Polar contribuirá para preencher mais uma lacu – na dramática na cultura brasileira: a inexis – tência, até o presente momento, de obras do grande Proclo em língua portuguesa. Maria das Mercês Rocha Leite é gra – duada em Letras-Francês e Letras-Alemão (UNESP-Araraquara) e pós-graduada em Comunicação e Semiótica (PUC-SP, onde se aperfeiçoou em tradução criativa com Haroldo de Campos e Décio Pignatari). Especializou-se em Língua, Literatura e Civilização Francesa na Université Aix – -Marseille (França). Participou de várias publicações da Polar, como O Tratado das Enéadas (Plotino), A Arte Sagrada de Shakespeare (Martin Lings), Os Três Princípios da Essência Divina, As 40 questões sobre a Alma, A vida tripla do ser humano (de Jacob Boehme), Perceval ou o Romance do Graal (Chrétien de Troyes), Corpus Herme – ticum (Hermes Trismegisto) dentre outras.
Proclo, em seu prefácio, explica o plano da obra e diz que a dividirá em três partes. A primeira apresen – tará um apanhado de todas as noções de Platão a respeito dos deuses e Proclo exa – minará o significado e o valor delas para cada grau da hierarquia divina. A segunda enumerará todos os graus da hierarquia divina, definirá seus atributos e processos e os relacionará com os princípios funda – mentais estabelecidos pelos teólogos, ou seja: Orfeu, Juliano o Teurgo, Hesíodo e Homero. A terceira parte tratará dos deuses hipercósmicos (que estão além do cosmo) e encósmicos (que estão no interior do cos – mo), que aparecem de maneira dispersa na obra de Platão, e Proclo os relacionará com as classes universais da hierarquia divina.
O grande filósofo neoplatônico Proclo (Constantinopla, 8 de fevereiro de 412 – Atenas, 17 de abril de 485) foi o terceiro reitor (escolarca) da Escola Neoplatônica de Atenas, fundada por Plutarco de Atenas (350-432) no final do século IV com a intenção de ser uma continuidade da Academia criada por Platão em 387 a. C. e fechada pelo general romano Sula em 86 a. C. A Escola Neoplatônica de Atenas, apesar dos mais de quatro séculos que a separavam da Escola criada por Platão, considerava-se de tal modo uma retransmissora fiel dos ensinamentos de Platão que os seus reitores eram chamados de “diádocos”, ou seja, sucessores de Platão. Por isso, Proclo, assim como seu antecessor na direção da Escola, Siriano, era chamado de Sucessor de Platão, título que foi atribuído pela última vez a Damáscio, derradeiro reitor da Escola, fechada pelo imperador bizantino Justiniano em 529. A obra cujo Terceiro Volume o leitor tem em mãos trata, como o título indica, da teologia no sentido que Platão a entende, ou seja: como um discurso sobre Deus e sobre os deuses. E Proclo muitas vezes chama a teologia, nesse sentido, de iniciação aos mistérios divinos ou mistagogia.
A presente edição partiu da tradução para o francês desta obra de Proclo e foi realizada por Maria das Mercês Rocha Leite. Em breve, publicaremos Os elementos de teologia de Proclo e A vida de Proclo (escrita por seus discípulo Marino) em tradução a partir do original grego rea – lizada por Pedro Barbieri. Com isso, a Polar contribuirá para preencher mais uma lacu – na dramática na cultura brasileira: a inexis – tência, até o presente momento, de obras do grande Proclo em língua portuguesa. Maria das Mercês Rocha Leite é gra – duada em Letras-Francês e Letras-Alemão (UNESP-Araraquara) e pós-graduada em Comunicação e Semiótica (PUC-SP, onde se aperfeiçoou em tradução criativa com Haroldo de Campos e Décio Pignatari). Especializou-se em Língua, Literatura e Civilização Francesa na Université Aix – -Marseille (França). Participou de várias publicações da Polar, como O Tratado das Enéadas (Plotino), A Arte Sagrada de Shakespeare (Martin Lings), Os Três Princípios da Essência Divina, As 40 questões sobre a Alma, A vida tripla do ser humano (de Jacob Boehme), Perceval ou o Romance do Graal (Chrétien de Troyes), Corpus Herme – ticum (Hermes Trismegisto) dentre outras.
Ouça também um Recorte Literário desta obra. Duração de 4 min.
A Escola de Filosofia de Plotino em Roma era escola era amigável e informal, e estava aberta a todos os interessados pela filosofia Platônica; no entanto, a sua maior parte era constituída por seus amigos e admiradores. As suas aulas seguiam sempre o mesmo formato: de início, era lido um trecho da obra de Platão, em seguida Plotino apresentava as suas perspectivas sobre aquele determinado tema e, na sequência, abria a discussão para todos os alunos presentes. Uma vez levantada uma questão, a mesma era discutida até ser exaurida.
Suas especulações intelectuais e inquietações contemplativas tinham como temas centrais todas as questões existenciais e espirituais relacionadas a vida e a natureza do ser humano em todas as suas dimensões. Plotino não tinha nenhum interesse pela política. A sua proposta e constante busca era em acessar as realidades que estavam além das aparências e os sentidos.
A sua filosofia abarcava o conceito de vida perfeita (eudaimonia) possível para o homem que dominou a razão e a contemplação, estado alcançável e possível partindo do Mundo Sensível, via introspecção, indo além dos sentidos, acessando a Alma do Mundo, depois o Intelecto (Inteligência), e chegando, por fim, à união (integração) com o Uno. Para Plotino, o Uno não é apenas um conceito intelectual, mas algo que pode ser experimentado, uma experiência onde se ultrapassa toda multiplicidade. Segundo Porfírio, seu principal biógrafo, durante sua vida Plotino alcançou tal união com Deus por quatro vezes, estado esse descrito por outras Tradições Espirituais com liberação e/ou união mística.
Foi considerado por muitos filósofos platônicos posteriores como “a glória da filosofia antiga”, como o depositário e o revelador mais claro da sabedoria grega. Seu legado e suas obras influenciaram de maneira fundamental as três grandes Tradições Abraâmicas (o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo), bem como alguns dos grandes autores do Renascimento. Dentre aqueles que foram enormemente influenciados por Plotino podemos citar: Santo Ambrósio, Santo Agostinho, Dionísio Pseudo-Areopagita, Boécio, Santo Alberto Magno, São Tomás de Aquino, Dante Alighieri, Mestre Eckhart, Johanes Tauler, Nicolau de Cusa, São João da Cruz, Marsílio Ficino, Pico de la Mirandola, Giordano Bruno, Al Farabi, Avicena, Shelomoh Ibn Gabirol, Espinosa, Leibniz, Coleridge, Henri Bergson e, contemporaneamente, Jacques Maritain e Giovanni Reale.
Suas Obras completas ficaram conhecidas como “Enéadas” (fazendo referência ao número 9), título que lhes foi dado por seu discípulo e editor Porfírio por se tratar de nove tratados organizados em seis livros, totalizando o número de cinquenta e quatro tratados. Cada tratado é sempre apresentado de maneira independente, assim como eram suas aulas, mantendo uma conexão do começo ao fim com o seu núcleo temático.
Quando da primeira edição desta obra pela Polar no ano 2000, Plotino inacreditavelmente ainda era inédito na língua portuguesa! Foi para suprir o quanto antes essa lacuna grave, a Polar publicou 12 tratados dos 54 escritos por Plotino, a fim de a tornar acessível o quanto antes ao público de língua portuguesa, para matar a sede de muitos, e também para que a nossa publicação estimulasse outras editoras a posteriormente publicassem a totalidade dos 54 tratados. Eis os títulos dos 12 tratados que selecionamos de maneira cuidadosa e criteriosa para compor esta nossa edição pioneira:
– Sobre o Belo;
– Sobre o Primeiro Bem e os outros Bens;
– Sobre a Dialética;
– Como o que está abaixo do Primeiro provém Dele; e sobre o Uno;
– Sobre a Origem e a Ordem dos Seres que vêm depois do Primeiro;
– As Três Hipóstases Iniciais;
– Sobre a Descida da Alma nos Corpos;
– Sobre o Amor;
– Sobre o Bem ou o Uno;
– Sobre o nosso Daimón;
– Sobre a Essência da Alma I;
– Sobre a Essência da Alma II;
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Recorte Literário: Marcelo Paganotti
Depois do sucesso da obra Tratados das Enéadas do grande Plotino (204-270 d.C.), e da publicação honrosa da obra Sobre a Teologia de Platão, Volume I, de Proclo (412–485 d.C.), a Polar Editora traz Sobre os Primeiros Princípios do pensador que é considerado o último grande nome da filosofia grega, Damáscio (460 – 537), sucessor de Proclo e último diretor da Escola Neoplatônica de Atenas. Esta obra consolida uma tríade neoplatônica fundamental para o entendimento desta linha filosófica que influenciou as grandes tradições espirituais abraâmicas: o cristianismo, o
islamismo e o judaísmo.
A obra de Damáscio é, fundamentalmente, uma reflexão profunda e incansável sobre a natureza da Realidade absoluta. Para ele, o Deus Supremo está não apenas além de Deus enquanto Ser (como definido por Aristóteles), mas além de Deus enquanto Uno (como enunciado por Plotino e Proclo). Buscando de algum modo ao mesmo tempo valorizar e, num determinado ponto, ultrapassar o pensamento de seus maravilhosos antecessores na linhagem neoplatônica como Plotino, Siriano e Proclo, Damáscio retoma e desenvolve a posição do divino Jâmblico e enfatiza a dimensão além do Uno, dimensão totalmente inefável e transcendente, sobre a qual nada pode ser dito por ser incognoscível (impossível de ser conhecida). A abordagem de Damáscio é como uma ascese intelectual pois de fato se conclui no absoluto silêncio do abismo inefável (indescritível) da divindade.
Como um autêntico diádoco (sucessor) de Platão e herdeiro desta tradição, Damáscio não nega nada da estupenda “catedral” erguida pelos seus antecessores (os estados múltiplos do Ser e os diferentes níveis da realidade ou os diferentes Mundos que eles tão bem descreveram) como revelação e habitação multidimensional do Deus Supremo (denominado o Uno e o Bem), mas dedica apenas mais atenção à dimensão indizível que transcende até mesmo o Uno, primeiro princípio de Plotino.
Sua leitura não é fácil. A leitura do luminoso Plotino e mesmo a do grande Proclo e a do divino Jâmblico são muito mais facilmente compreensíveis para uma razão não habituada com o neoplatonismo. No entanto, essa dificuldade só se dá por que o “objeto” primeiro da reflexão de Damáscio é aquilo que há de mais sublime e inapreensível entre todas as dimensões primeiras da Divindade Suprema ou da Realidade Absoluta.
São 192 páginas, divididas em 37 capítulos de puro néctar transcendental. Ainda contempla uma bela introdução feita pelo editor-chefe da Polar Editorial, Américo Sommerman, contextualizando a obra, e ao final traz um pequeno manifesto intitulado O Credo dos filósofos platônicos escrito pelo importante filósofo neoplatônico inglês Thomas Taylor (1758 – 1835), responsável pelas primeiras traduções e edições das Obras Completas de Platão e de Aristóteles para a língua inglesa.
É aconselhável e preferível, antes da leitura de Sobre os Primeiros Princípios de Damáscio, ler a obra Tratados das Enéadas de Plotino e Sobre a Teologia de Platão, Volume I de Proclo, pois as mesmas seguem uma ordem cronológica e maturacional, e por isso são capazes de criar camadas de compreensão gradativas, facilitando a absorção e apreensão dos conceitos mais complexos trazidos por esse grande filósofo.
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Peso | 0,823 kg |
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