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Esta Caixa Temática de Gerard de Sorval é formada pelas obras:
– Iniciação dos Cavaleiros e dos Reis – de Gerard de Sorval;
– O Jogo da Amarelinha e o Jogo da Gansa – de Gerard de Sorval;
Diversas são as tradições espirituais que descrevem toda a complexidade da vida como sendo uma grande uma dança ou um jogo, representações lúdicas de todo o processo cosmológico (criação do mundo) e escatológico (relacionado ao retorno a origem). A milenar tradição hindu costuma falar de Krishna (um de seus avatares) como um brincalhão e Shiva (3º Deus da Trindade Hindu) como um dançarino, e todo o universo como sendo uma grande Leela, uma grande Dança, um grande Jogo sagrado.
Na mitologia antiga, o cisne é associado a Apolo Hiperbóreo, que é uma representação do Deus que encarna a luz primordial e, para o Ocidente antigo, ele é uma expressão da tradição original da humanidade. Essa ave faz seu ninho sob a estrela Polar e representa o eixo imóvel invisível desse mundo. Na Índia, tem relação com o Hamsa (cisne), símbolo da Idade de Ouro e título de honra dado aqueles que dominaram a matéria e o espírito, pois chegaram ao fim do caminho espiritual, sendo conhecidos como Paramahamsa (Cisne Supremo).
Participar de uma brincadeira, um esporte, uma dança, ou um jogo, é uma forma de esquecer as responsabilidades relacionadas ao dia a dia e uma maneira de acessar uma linguagem lúdica, imaginativa, tão comum às crianças; mas, para além disso, participar de um jogo tradicional como O Jogo da Gansa e O Jogo da Amarelinha, é também um jeito de divertir-se, como a própria etimologia da palavra nos indica: divertir, do latim Divertere, Dis: de “para o lado”, e Vertere: de “virar”, significando então “voltar-se para um outro lado”, “voltar para um lado diferente”, nos remetendo a inversão do fluxo dos desejos e dos sentidos cognitivos para o lado interior de si, mudança essa absolutamente necessária para aqueles que desejam entrar na Via da Realização Espiritual, na Senda interior de um verdadeiro Autoconhecimento cujo primeiro passo é representado, no Jogo da Gansa, pela carta “A Caça ao Cervo”, representação do despertar do novo desejo: o desejo celestial.
É neste sentido de autoconhecer-se, autosuperar-se que Gérard de Sorval, um dos maiores especialistas no simbolismo da heráldica e da cavalaria medieval, restitui para os tempos atuais, por meio desta obra, o verdadeiro sentido simbólico e iniciático desses dois jogos: O Jogo da Gansa e O Jogo da Amarelinha.
Como ele mesmo diz: “Aqueles que perseveram incansavelmente nesse jogo, nessa aventura heroica e jamais abandonam essa grande guerra interior, atingem a realeza interior, que é a meta da Via Heroica da Tradição da Cavalaria, e começam então a última etapa do Grande Caminho da Realização espiritual: a Via Régia, que corresponde à 63ª e última casa do Jogo da Gansa, onde a Criança Régia (como sua pureza e inocência) pode então jogar O Jogo da Amarelinha e, assim, completar a totalidade do Caminho que nós seres humanos somos chamados a percorrer durante a estadia aqui no planeta Terra”.
Quando jogamos, acompanhamos os mesmos passos dados pelos grandes homens e mulheres das gerações anteriores que trilharam e realizaram o Grande Caminho do retorno pleno à Origem divina.
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Visto pela perspectiva moderna, o mundo medieval com toda a sua estrutura monárquica pode ser entendido somente como um desdobramento natural, um acontecimento de um determinado momento histórico, vazio de sentido e até caricato, como exibido em muitos filmes de época, algo obsoleto e já “superado” pela modernidade.
Mas o que é pouco falado sobre aquela época é que naquela estrutura encimada pela monarquia e pelo sacerdócio, todas as artes, ofícios e funções daquela sociedade eram vias espirituais, eram vias iniciáticas: com seus ritos, conhecimentos e práticas específicos, como era o caso das ordens de cavalaria e das mais diversas ordens de ofícios (pedreiros, marceneiros, ferreiros, padeiros, sapateiros, alfaiates, perfumistas, etc). Era, portanto, uma sociedade cuja cultura de todas as camadas era unificada por uma visão de mundo completamente sacralizada, onde todas as atividades do homem eram vistas em Deus, por Deus e através de Deus, e não simplesmente como uma crença cega (como a cultura moderna quis nos fazer acreditar), mas como um conhecimento, como uma experiência e como uma prática de contínua transformação de si mediante o seu ofício e/ou sua função naquela sociedade.
Uma das referências para aquela estrutura social foram as obras clássicas do teólogo cristão do século V Dionísio Pseudo-Areopagita (fortemente inspiradas nos grandes neoplatônicos Proclo e Plotino), em especial aquela intitulada A Hierarquia Celeste, na qual descreveu com enorme clareza e precisão para a civilização cristã então nascente a organização hierárquica dos anjos. E a Idade Média, como toda sociedade tradicional, espelhava e ansiava por “materializar” essa hierarquia na terra (embaixo como em cima), ou seja, aspirava por uma vida do Espírito materializada em um corpo social em um modo de vida vertical, integral e inteiro.
Neste sentido não existia separação entre o sagrado e o profano. Todos os ofícios e todas as funções sociais eram meios, vias autenticas para se chegar a Realização Espiritual. Seja através de vias mais contemplativas e dos serviços divinos, vias de ações generosas, vias guerreiras dos sacrifícios heroicos, vias artísticas e vias de centenas de ofícios.
Os estratos sociais mais altos como os Reis, a Nobreza e os Cavaleiros, eram considerados nobres não pelo mero sentido social, mas no sentido etimológico da palavra: nobre, do latim nobilis, que tem a mesma raiz de Gnose (conhecimento iluminativo, salvífico), sendo nobre, portanto, aquele que tem o conhecimento interior profundo e vivencial: a sabedoria espiritual.
Alcançar essa Nobreza Interior pela Via Heroica, evidenciada nos símbolos dos brasões, era uma conquista daqueles que percorria a via iniciática “guerreira”, formada, como todas as outras vias anteriormente citadas, por ritos específicos e iniciações, a fim de alcançar o tão almejado Santo Graal (“cálice sagrado” cujo sentido a obra magistral de Patrick Paul O Segredo do Graal Volume 1 e 2 torna claro).
A Iniciação dos Cavaleiros e a Iniciação dos Reis de Gerard de Sorval, que é – juntamente com Patrick Paul – um dos maiores especialistas na Tradição iniciática da Cavalaria e na linguagem simbólica e esotérica dos brasões, recompõe nesta obra as características da espiritualidade cavaleiresca e régia não somente como mística, mas também como iniciação, ou seja, como pedagogia interior ativa, que permite o ingresso no caminho da Realização espiritual completa, que conduz à verdadeira Realeza interior do ser humano.
“Um só homem podia governar ou exercer uma autoridade sobre os outros quando era qualificado moral e espiritualmente para tal”. Gérard de Sorval
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Peso | 0,675 kg |
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