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Tratado pioneiro sobre o estudo e a hierarquia dos anjos (angeologia), conceito fundamental para a formação da hierarquia eclesiástica da igreja cristã. Composto por quinze capítulos, este livro elucida as nove hierarquias angélicas citadas na Sagrada Escritura (A Bíblia Sagrada) através de um esquema que remete a teologia neoplatônica de Proclo (Século V), mas sob uma perspectiva cristã.
Uma das maiores contribuições de Dionísio Pseudo-Areopagita foi o de definir os três polos ou vias da teologia: a Teologia Afirmativa, a Teologia Negativa e a Teologia Simbólica, e do centro ou meta das três: a Teologia Mística. A Teologia Afirmativa (catafática) é a via do pensamento na qual afirma-se o que Deus é em seus atributos ou nomes; a Teologia Negativa (apofática) é a vida na qual se nega tudo o que põe limites à natureza divina; e a Teologia Simbólica, mediadora das duas primeiras, é aquela na qual se utilizam figuras, imagens ou símbolos, que são propostos apenas como representações dos mistérios divinos e da natureza divina. Segundo ele, essas três vias do pensamento para se chegar ao conhecimento de Deus devem ser articuladas para permitir que se chegue à Teologia Mística, que é a experiência direta da União com Deus, para além de toda afirmação, de toda negação e de toda representação.
Nesta obra Dionísio Pseudo-Areopagita se aprofundou na via Simbólica ao trazer uma visão organizada por camadas (estratos), partindo do Uno ao múltiplo e retornando do múltiplo ao Uno, mediante graduações que abarcam e garantem a participação de seres angelicais diferentes, mas quem formam uma só cosmogonia celestial.
A via Simbólica demonstra que o símbolo carrega o indizível, o inominável, o inteligível e o não sensível, sendo uma forma de linguagem muito potente quando visa iluminar o limitado mundo da razão quando não complementado pela inteligência, pela imaginação, pela contemplação, pelo êxtase e pela revelação.
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Recorte Literário: Marcelo Paganotti
Dionísio Pseudo-Areopagita não possui uma biografia clara, pois seu nome (ou pseudônimo) é um homônimo de Dionísio, o ateniense membro do Areópago (região localizada ao noroeste da Acrópole em Atenas e também do conselho/tribunal que ali se reunia) e discípulo de São Paulo (citado na bíblia em Atos dos Apóstolos capítulo 17, versículo 34).
Graças aos estudos linguísticos e grande influência neoplatônica (Plotino e Proclo), ficou evidente que suas obras foram escritas no final do Século V e início do Século VI. Ao que tudo indica foi um monge/teólogo sírio ou palestino.
O conjunto de suas obras ficaram conhecidos como Corpus Dionysiacum ou Corpus Areopagiticum. Dentre as mais conhecidas destacam-se: Dos Nomes Divinos, A Teologia Mística, A Hierarquia Celeste e A Hierarquia Eclesiástica.
Além de outras obras citadas pelo autor, mas que não chegaram até os dias atuais, sendo elas: Os Esboços Teológicos, A Teologia Simbólica, Os Hinos Divinos, As Coisas Inteligíveis e As Coisas dos Sentidos, As Propriedades e as Ordens Angélicas, Sobre o Juízo de Deus e Sobre a Alma.
Seus escritos estabeleceram uma tendência neoplatônica definitiva na doutrina cristã medieval (com impacto na igreja oriental (ortodoxa) e na igreja ocidental (romana). Pode-se dizer que sua influência manteve a tradição grega no seio da estrutura celeste e eclesiástica cristãs.
Na Europa Medieval, o Papa Adriano VI o chamou de “Primeiro Pai da Igreja”. Na França alcançou grande sucesso na escola Vitorina (Século XII), na Escola de Chartres (Século XI e XII) e na Universidade de Paris (Século XIII).
Santo Alberto Magno tinha as suas obras como livros de cabeceira, São Tomas de Aquino o citou mais de 1700 vezes em suas obras.
Influenciou os grandes nomes da mística alemã: Mestre Eckhart, Johanes Tauler, Jan Van Ruysbroeck, Nicolau de Cusa, os místicos espanhóis: São João da Cruz e Santa Teresa D’Ávila e a mística inglesa: Juliana de Norwich.
Na segunda metade do século XV, impactou os pais do Renascimento italiano, Pico Della Mirandola que o considerava um mestre por ter unido Platão e São Paulo, e Marsilio Ficino (líder da Academia Platônica de Floresça) que o considerava o cume da teologia cristã e da filosofia platônica.
Martinho Lutero considerava suas obras como “a verdadeira cabala, a mais perfeita teologia”.
Seu conteúdo doutrinário forma uma teologia completa. Foi o responsável por cunhar o termo “Teologia Mística”.
Para Dionisio, teólogo são aqueles que, possuindo o conhecimento de Deus ou dos deuses, falaram ou escreveram a respeito dos mistérios divinos. Portanto, são os autores inspirados, que receberam seus conhecimentos diretamente de Deus ou dos anjos.
Peso | 0,201 kg |
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Dimensões | 14 × 21 × 1,2 cm |
AUTOR | Dionísio Pseudo Areopagita |
TRADUÇÃO | Américo Sommerman |
ISBN-10 | 8586775193 |
ISBN-13 | 978858677519-2 |
EDIÇÃO | 1ª, 2015 |
PÁGINAS | 128 |
IDIOMA | Português, BR |
ENCADERNAÇÃO | Brochura |
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