Johann Georg Gichtel, nasceu em 14 de maio de 1638, em Ratisbona (Alemanha), e morreu em 21 de janeiro de 1710, em Amsterdã (Holanda). De família nobre (seu pai era conselheiro da Suprema Corte), estudou grego, hebraico, sírio e até árabe. Iniciou os estudos em Teologia, mas após decepcionar-se com a aridez com que era abordada essa disciplina decidiu mudar para o curso de Direito. Foi admitido como advogado em Speyer (325km de Ratisbona) e, depois, na sua cidade natal.
Após passar por algumas experiências interiores, decidiu abandonar todos os bens deste mundo, fez um voto de pobreza integral, deu todo seu patrimonio a sua irmã mais velha, trocou suas luxuosas vestes por grosseiras roupas de couro e partiu a pé para a Holanda.
Em 1667, foi para a Holanda e se estabeleceu em Zwolle. Em 1668, foi para Amsterdã (113km de Zwolle), onde conheceu Antoinette Bourignon (1616-1680), e, em um estado de muita simplicidade, viveu uma vida de grande recolhimento.
Em 1669, teve mais uma grande experiência interior, na qual, segundo suas palavras, tornou-se “esposo espiritual da Virgem Sofia”, conhecida na Tradição Cristã como a Sabedoria Divina, a Presença Celeste e, na Tradição Judaica (Cabalá), como a Shechiná.
Entre o ano de 1682 e 1683, organizou a primeira edição completa das obras de Böehme (10 volumes) para o alemão.
Ghichtel tomou contato com a obra de Boehme bem cedo, mas, a partir da sua última grande revelação, passou a afirmar que exceto a bíblia e os escritos de Jacob Boehme todas as outras obras eram dispensáveis.
As correspondencias de Gichtel e o relato sobre sua vida escrito por Ueberfeld foram publicados na Holanda, em sete tomos, sob o nome de Theosophia Pratica, em 1772. As cartas cobrem os seis primeiros volumes e, o relato sobre sua vida, o sétimo. Além das edições em alemão, só há uma tradução manuscrita em inglês.
Gichtel afirmava que suas obras não devem ser lidas por quem não tiver um firme desejo pela regeneração, pela morte do velho homem e o nascimento do novo.