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A humanidade produziu muitos sábios e santos, homens e mulheres que por merecimento espiritual lhes foi permitido penetrar nas máximas profundezas da essência divina, na imensidão infinita do Espírito, mas raros foram os sábios como Boëhme, que conseguiram pôr em palavras as experiências e revelações vividas nos Mundos Divinos.
Tamanha profundidade contém seus relatos que suas obras se tornaram o maior monumento de conhecimentos cosmogônicos, cosmológicos e escatológicos do cristianismo, tornando-se, desde o seu aparecimento no início do século XVII, o núcleo mais interior da tradição ocidental judaico-cristã, cuja riqueza de detalhes e referencial foi e é capaz de enriquecer e retroalimentar a mística cristã até os dias de hoje. Esse imenso impacto que suas obras causaram no seu século e nos dois séculos seguintes foi a causa de ele ter sido alcunhado de “Príncipe dos Filósofos Divinos”.
O humilde e divino sapateiro teutônico, Jacob Boehme, desde que as suas aproximadamente 30 obras foram vindo à luz, tornou-se uma fonte inesgotável de conhecimentos revelados, Águas-Vivas nas quais grandes filósofos, teólogos, teósofos, poetas e sinceros buscadores espirituais beberam e ainda bebem como uma forma de nutrir seu espírito e sua alma.
Escrita em 1612 em Goerlitz, na Alemanha (em uma terça-feira seguinte a Pentecostes), cidade natal do autor, com o título de A Aurora Nascente ou O Despontar da Aurora, isto é, A raiz da Filosofia, da Astrologia e da Teologia, a partir do verdadeiro fundamento esta foi a primeira obra escrita por Jacob Boehme.
Providencialmente copiada as escondidas por seus amigos e publicada sem o seu consentimento, foi a obra que apresentou o grande gênio metafísico ao mundo e que se tornou a primeira chave interpretativa e referência fundamental para todas as outras obras que escreveu posteriormente.
Sendo a mais simples e acessível, é um livro escrito com algumas redundâncias e repetições propositais, recurso que auxiliar o leitor a fixar certas ideias básicas que retornarão mais profundas e pormenorizadas ao longo desta e das obras seguintes, como em um movimento fluido e moto-perpétuo.
Dividida em 20 grandes capítulos e com 480 páginas, se estende de modo predominantemente na explicação de três temas básicos: 1. A Santa Trindade; 2. A criação dos anjos e da Natureza Eterna; e 3. A criação da natureza temporal, isto é, deste mundo material, fenomenológico, com tudo o que ele contém, como as estrelas, o Sol, nosso sistema solar, as pedras, os minerais, os vegetais, os animais e etc.
Além disso Boëhme emprega, com frequência muito maior do que nas outras obras, analogias naturais de extrema beleza para auxiliar a mente do leitor a compreender as verdades sobrenaturais, inalcançáveis pela razão. Esta é uma recomendação importante, sendo um livro teosófico e metafísico é necessário adentrá-lo com a inocência típica de uma criança, aberta para aprender e deixando-se guiar sempre pela intuição do coração e da alma. Dessa maneira, essa matriz interior humilde poderá ser fertilizada e fecundada pelo Espírito divino e, se isso ocorrer, dará à luz a Aurora divina, a verdadeira intuição da estrutura da realidade, acessada via intelecto, o que também é chamado de abertura do olho interior da alma.
Traduzida e organizada pelo maior especialista em Jacob Boëhme do Brasil, Américo Sommerman, esta obra ainda contém uma bela apresentação, um prefácio do autor e, ao final, contempla notas, relações de obras do autor e um rico glossário dos termos empregados. Após a leitura da A Autora Nascente, recomenda-se ler o livro, Os Três Princípios da Essência Divina, segunda obra escrita pelo autor, também publicada pela Polar Editorial.
Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman
Recorte Literário: Marcelo Paganotti
Jakob Böhme, por vezes grafado como Jacob Boehme, (Alt Seidenberg, Silésia, 24 de abril de 1575 — Görlitz, 17 de novembro de 1624) foi um filósofo e místico luterano alemão.
Böhme passou por experiências místicas em toda a sua juventude, culminando em uma epifania no ano de 1600 que teria lhe revelado a estrutura espiritual do mundo, assim como as relações entre o Bem e o Mal. Na época, ele decidiu não divulgar a sua experiência e continuou trabalhando como sapateiro na cidade de Goerlitz, na Silésia, constituindo família e tendo quatro filhos. Entretanto, após uma outra visão em 1610, ele começou a escrever sua primeira obra, Aurora (Die Morgenroete im Aufgang), resultante dessa iluminação. O tratado foi publicado e divulgado em forma de manuscrito até que uma cópia caiu nas mãos de Gregorious Ritcher, principal pastor de Görlitz, que o considerou herético e ameaçou exilar Böhme, se ele não parasse de divulgar os seus escritos. Após anos de silêncio, os amigos e patronos de Böhme conseguiram convencê-lo a continuar escrevendo e em pouco tempo novas cópias escritas a mãos começaram a circular.
Neste retrato de Böhme consta uma inscrição com uma terceira grafia de seu nome, Iacob Behme.
Seu primeiro livro impresso, Christosophia (der Weg zu Christo), foi publicado em 1623 e causou outro escândalo. Em um curto período de tempo, entre 1618 e 1624), Böhme produziu uma enorme quantidade de tratados e epístolas, incluindo suas maiores obras De Signatura Rerum e Misterium Magnum. Suas idéias conquistaram muitos seguidores em toda a Europa e os seus discípulos ficaram conhecidos como os boehmistas.
Como uma ironia do destino, Johan G. Gichtel, o filho do principal antagonista de Böhme, o pastor Gregorious Ritcher, se tornou um discípulo indireto, comentador e editor de uma coleção de trechos das obras de Böhme, os quais foram mais tarde publicados no ano de 1682 em Amsterdã. As obras completas de Böhme só foram publicadas pela primeira vez em 1730. Johan G. Gichtel também escreveu uma autobiografia espiritual intitulada A Senda do Homem Celeste, descrevendo como colocou em prática tudo o que aprendeu com o estudo das obras de Böhme, chegando, segundo ele, à realização da senda espiritual. A Senda é considerado um clássico do pensamento místico-cristão de sua época.
Como conseqüência de suas idéias e escritos, Böhme passou o último ano de sua vida exilado em Dresden, retornando à Görlitz unicamente para dar um adeus final à vida aos 49 anos de idade.
Nos dias atuais, as obras de Böhme são estudadas e admiradas por diversas comunidades de espiritualistas, místicos, martinistas, teosofistas e filósofos em todo o mundo.
Peso | 0,846 kg |
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Dimensões | 15,5 × 23 × 3,5 cm |
AUTOR | Jacob Boehme |
TRADUÇÃO | Américo Sommerman |
ISBN-10 | 8586775037 |
ISBN-13 | 978858677503-1 |
EDIÇÃO | 1ª. Edição, 2003 |
PÁGINAS | 560 |
IDIOMA | Português, BR |
ENCADERNAÇÃO | Brochura |
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